terça-feira, abril 26, 2005

A Era da Televisão Digital já começou...

Nos Estados Unidos e na Europa já foi implantada a tecnologia necessária para desenvolver a interactividade na Televisão Digital. Saliente-se que a WBNS já transmite Televisão Digital de alta definição desde 1998. De acordo com uma notícia do Jornal O Público França lançou a Televisão Digital terrestre gratuita no dia 31 de Março de 2005. Em Portugal a Televisão Digital chegaria em 2002 no sistema DVB-T (Digital Broadcasting for Terrestrial Television), mas parece que vai demorar mais um pouco. Especulou-se que o ano de 2001 seria o ano da televisão interactiva, um ano de revolução no sector audiovisual, porém a fraca adesão dos espectadores está a mostrar o contrário. Uma das razões prendesse com o preço dos receptores e do próprio serviço. O uso da tecnologia digital melhorou a qualidade das imagens e sons, mas essa mudança não se faz sentir, pelo menos por enquanto, no formato dos programas. De facto, para se ter acesso à Televisão Digital é necessário despender muito dinheiro. É necessário possuir um descodificador, cujo preço ronda os 400 euros, ou, futuramente, será preciso, mesmo, um televisor digital, que constituirá uma opção muito dispendiosa. Contudo, a Televisão Digital têm as suas vantagens: possibilita uma cobertura mais vasta do que o cabo ou o satélite; permite oferecer uma gama mais alargada de programas e serviços; possibilita outros tipos de recepção (portátil e móvel). Enfim, os principais trunfos são: o acesso à diversidade de informação característico na Internet e uma programação com qualidade que proveja interacção, exploração e imersão. Veja-se que, Al Gore lançou a televisão interactiva na Internet, a Current.tv. Trata-se de um projecto muito semelhante a um “videoblogue”, mas transmitindo muito mais rápido do que por cabo.
Segundo a revista Bit (Junho de 2000), a Televisão Digital permitirá a democratização do acesso à Internet, à criação de uma nova economia digital e a uma definitiva implementação de serviços como o comércio electrónico, o home banding e o teletrabalho. Contudo, esta remará em sentido contrário à chamada “cultura de massas”, ou seja, levará ao individualismo e àquilo que Lipovetsky defendia (A Era do Vazio).
Em suma, será que os conteúdos produzidos serão realmente conteúdos com qualidade suficientemente para levar os espectadores a mudar do analógico para o digital? A ver vamos. A TV Cabo Portugal acredita sinceramente que dentro de 10 anos, cerca de 80% das ligações à Internet serão feitas através de aparelhos de televisão digital interactiva.