quarta-feira, abril 06, 2005

"É só acabar de ler este CD-Rom..."

Caso o CD-Rom vingue enquanto veículo e arquivador de informação (de texto, imagem e som) como prevejo que sim... esta será a frase mais proferida nas esplandas dos cafés ao Domingo de manhã. Ou nas casas-de-banho. Ou na cama, antes de apagar a luz. Ou no intervalo da aula. Ou...
É verdade e mais que sabido que a evolução - quer tecno quer sociológica, nos obriga a procurar novos sentidos, novos caminhos, novas formas de comunicar a nossa passagem na História. Devo estar com as expressões faciais que lia no meu avô, há quase 20 anos, quando me dizia que, qualquer dia, o "Homem inventava telefones de levar no bolso". Eu achava graça, mas ele achava um absurdo. Completo. E fazia uma cara de repulsa. Talvez parecida à minha neste momento, enquanto falo daquele pedaço de plástico revestido de uma camada fina cujo nome desconheço e que comporta um exorbitante volume de informação. Sou avessa às mudanças. Ou pelo menos, pouco crente. Ainda mais quando imagino que o CD-rom pode vir a substituir as centenas de livros que guardo religiosamente, as largas (tão largas) dezenas de revistas temáticas que se atropelam nas estantes do meu quarto ou ainda o simples jornal comprado no tal Domingo de manhã. Não suporto a ideia de vir a dispensar o cheiro da tinta nas folhas ou a textura das páginas em papel couché gloss... Que me desculpem os modernaços dos dias de hoje, os fulanos da Assembleia Digital da República ou os saborosos metrosexuais, mas eu não me dou bem com plásticos. Nem dos sacos das compras eu gosto!
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Quanto ao propósito do post... reflectir sobre as vantagens do Cd-Rom, não é? Ok, terei de assumir: ocupa menos espaço na prateleira, transportam-se sem esforço físico e serão bons guardadores de memórias... Mas não me tirem os cheiro, o tacto e o prazer de ler um livro, uma revista, um jornal sem ser nas minhas mãos.
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(de repente sinto-me um bocadinho Carlos Carvalhas...)