segunda-feira, maio 16, 2005

Jogos, crianças, adultos, estupidificação

"À medida que os seres humanos se confundem cada vez mais com a tecnologia e uns com os outros através da tecnologia, as velhas distinções entre o que é especificamente humano e o que é especificamente tecnológico tornam-se mais complexas. Estaremos a viver uma vida no ecrã ou dentro do ecrã?"
by Sherry Turkle, 1995
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Tenho um sobrinho de 6 anos que gosta de jogar "computador". Deverá ser normal, porque todas as crianças que conheço jogam "computador". Não deve ser grave, porque os adultos, pais dessas crianças, também jogam "computador". Ou playstation. A verdade é que toda a gente joga. Nada de mais, não fosse o meu sobrinho não conseguir distinguir o real do virtual. No seu jogo preferido, um macaco tem de apanhar umas canecas de cerveja e bebê-las. É assim que ganha "pontos" para os seguintes níveis. Há dias, o sobrinho queria um copo de vinho. "Se o macaco pode beber cerveja eu posso beber vinho". Pena que os pais do meu sobrinho não percebam que o jogo de computador não serve apenas para a criança não chatear enquanto roda o DVD na sala. O jogo não serve apenas para o manter distraído e não aborrecer o irmão mais novo. O jogo até tem um intuito didáctico. (tem?) Quando não orientado, não tem.
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A realidade e o virtual voltam a confundir-se e, mais uma vez, as principais "vítimas" são mesmo as crianças. Facto que não exclui do grupo de risco os adolescentes ou até mesmo os adultos. Exemplificativo deste tipo de situação pode ser o caso de um espanhol de 16 anos, José Rabadán, que assassinou com uma espada de samurai o pai, a mãe e a irmã. Segundo Custódia Pais "A explicação parece estar na tentativa de imitação da sua personagem favorita, Squall Leonheart, 17 anos, o justiceiro de "Final Fantasy VIII" (um dos mais populares jogos-vídeo da PlayStation) que liquida todos os inimigos com a sua longa espada de samurai. A identificação de José com esta personagem virtual passou não só pelo copiar da aparência física, como das próprias atitudes e comportamentos.)"
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As novas tecnologias têm de ser sempre acompanhadas de educação, quer falemos de internet, televisão digital, jogos interactivos, telemóveis de 3ª geração ou CD's-Rom... Caso contrário, teremos milhares de utilizadores das novas tecnologias e um número interminável de utilizadores ignorantes. Pode ser muito perigoso.

2 Comments:

At 12/5/06 1:29 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Eu nao sei k ele gosta demim maseugosto dele

 
At 12/5/06 1:30 da tarde, Anonymous Anónimo said...

bennnnnfffiiiicccccaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!

 

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