segunda-feira, maio 16, 2005

Vidas à parte...


Viver uma realidade que não é a nossa, nem que seja por alguns momentos, é muito aliciante. Conduzir um carro de topo de gama a alta velocidade, ter às nossas ordens um batalhão de soldados, ter filhos, amigos e mil e uma namoradas… Tudo isto equivale a ser uma nova pessoa. E tudo isto é possível com um simples jogo de computador ou de consola de vídeo.
E depois vem o vício. Passar o dia a contar os minutos que ainda faltam para ficar horas a olhar para o computador, tentando passar para o nível seguinte e ser o senhor do jogo. Tudo isto para fugir à realidade. Tudo isto para ser alguém diferente.
Mas será que vale a pena? Abdicar do convívio com os amigos, não prestar a devida atenção ao trabalho, ao estudo, deixar de fazer as coisas triviais do dia-a-dia para dedicar tempo infinito aos jogos, às vidas criadas nos jogos, às vidas que não são as nossas.
A esta altura, Willy Higinbotham dá voltas na sua sepultura à custa da “droga” que criou nos anos 50. Esta droga que hoje prende miúdos e graúdos horas sem fim, começou por ser um simples jogo de ténis que tinha como objectivo, não só incentivar as pessoas a visitarem o Brookhaven National Laboratories, mas também não os deixar dormir enquanto aguardavam pela entrada no laboratório.E vejam as voltas que esta história deu…